Nos últimos anos, temos observado diversas transformações nos estilos de liderança e modelos de negócio. Empresas tradicionais, centralizadas na figura de um líder autoritário, com tomadas de decisão no formato top-down e ambientes de trabalho com pouca colaboração e diversidade, estão sendo substituídos por formatos horizontais, com equipes plurais e novos tipos de gestão. Mais do que uma tendência de mercado, essas mudanças, impulsionadas por um estilo de liderança inclusiva, tornaram-se essenciais para a sobrevivência dos negócios.
Assim como máquinas e dispositivos tradicionais foram trocados por sistemas digitais e materiais inovadores, os antigos modelos de gestão e lideranças devem ser substituídos com urgência. Não abraçar a diversidade e inclusão, assim como novos modelos de liderança significa perder oportunidades de negócios, clientes e talentos.
Empresas de todos os segmentos têm se destacado por adotar esse estilo de liderança, que implica em um olhar mais empático, humano e curioso em relação aos colaboradores e demais stakeholders. São essas e outras características que vão guiar as organizações nos próximos anos, atraindo talentos, promovendo inovações e entregando serviços de maior qualidade.
A seguir, entenda melhor como ser um líder inclusivo e como os pilares do design podem apoiar os times nesse processo.
O que é e quais as características de uma liderança inclusiva?
A liderança inclusiva é uma forma de acolher e ouvir diferentes tipos de pensamento, visões e experiências, transformando a tomada de decisões em um processo mais colaborativo, rico e humanizado. Esse novo modelo oferece uma série de vantagens para as empresas, como o maior engajamento dos colaboradores, que se sentem mais à vontade para se expressar, o desenvolvimento de soluções originais, maior fidelização do público e outros pontos. Tudo isso porque, em vez de impor suas opiniões e crenças, o líder inclusivo busca entender genuinamente as necessidades e o pensamento de outras pessoas.
Trata-se, é claro, de uma mudança profunda de mindset e das culturas organizacionais. Afinal, envolver os times nas decisões estratégicas, ouvir pessoas diferentes e buscar novas perspectivas sobre qualquer assunto é um processo complexo, que por vezes pode gerar atritos e desconfortos. Por isso, uma das características de um líder inclusivo é justamente a coragem para desafiar o status quo, reconhecendo as suas próprias limitações, preconceitos e vieses cognitivos.
Além dessas características, a liderança inclusiva exige compromisso e consciência social sobre as questões de diversidade. Também é preciso ter um olhar curioso sobre as diferentes histórias e perspectivas das pessoas, a valorizar outras culturas e, claro, a abertura para a colaboração com times e profissionais de departamentos e áreas diversas, tal como aponta um estudo realizado pela Deloitte sobre liderança.
Essas e outras características de uma liderança inclusiva estão totalmente relacionadas aos pilares do design, que são: empatia, colaboração e experimentação. Entenda melhor essa relação no próximo tópico.
Saiba também ”Por que o design inclusivo é indispensável para a sua empresa?”
Empatia, colaboração e experimentação: os ingredientes para a liderança do futuro
Para colocar em prática e desenvolver as características e habilidades desse novo estilo de liderança, as empresas podem adotar os pilares do design, bem como suas ferramentas e metodologias. A partir do design thinking, por exemplo, é possível resolver problemas complexos de forma criativa, tomar decisões estratégicas, inovar, e ainda, ampliar a diversidade e inclusão.
Trata-se de uma abordagem multidisciplinar e holística, que permite uma maior aproximação das pessoas e a compreensão aprofundada sobre suas necessidades e desejos. Tudo isso, é claro, de forma estruturada e apoiada em métodos de pesquisa, que promovem o envolvimento das equipes, liderança e outros atores.
Os três pilares principais do design, que se relacionam e fortalecem o estilo de liderança inclusiva, são:
- Empatia: para resolver problemas complexos, desenvolver soluções e serviços inovadores, é essencial ter um olhar empático para as diferentes realidades e contextos das pessoas, dentro e fora das organizações. Observando suas limitações, traços culturais, experiências e expectativas. Para isso, é necessário ouvir atentamente, abrindo mão de seus próprios vieses, preconceitos e ideias prontas, buscando adotar diferentes pontos de vista, seja de um colaborador, cliente ou parceiro.
- Colaboração: liderar e trabalhar em grupo envolve uma série de habilidades e ambientes seguros que proporcionam a troca de ideias, experiências e perspectivas diferentes. Nos projetos de design e na liderança inclusiva, a colaboração é fundamental para o desenvolvimento de ideias originais, identificação de gaps e novas oportunidades. Para isso, também é essencial envolver as equipes nas tomadas de decisão e planejamentos estratégicos para que as pessoas se comprometam com as decisões.
- Experimentação: o terceiro pilar do design e que está completamente relacionado ao estilo de liderança inclusivo é a experimentação, em que as ideias e projetos são testados, adaptados e aprimorados conforme a observação em diferentes contextos. Ser flexível, permitir-se experimentar práticas de lideranças e se adaptar a diferentes cenários, reconhecendo falhas e a necessidade de mudanças, são traços de uma liderança inclusiva.
A partir desses três pilares e demais características da liderança inclusiva, é possível desenvolver projetos, fortalecer os times e criar soluções inovadoras.
Quer saber mais sobre a importância da comunicação e do design inclusivo para o desenvolvimento de soluções inovadoras? Então, leia o material a seguir:
Comunicação inclusiva: um diferencial necessário para a sua empresa
Photo by Nathan Dumlao on Unsplash
Photo by Christina @ wocintechchat.com on Unsplash